quarta-feira, 22 de abril de 2009

Green and Sweet Dreams



Pai e Mae, agora ja podem estar mais descansados...
Ja durmo protegida pela bandeira do grande clube.

Agradeco mais que tudo ao To pelo presente. Agradeco tambem pelos 7 meses fantasticos que passei com todos ai! Voces sabem quem sao :)

SPORTING SEMPRE!! FORCA SPORTING!!

terça-feira, 21 de abril de 2009

Bells

“For whom the Bell Tolls
Until you have stood on the Bells cliff-top, fending off a still breeze, while two of the world´s best surfers duel it out in the bowl, you have not really had the full Australian surfing experience. Likewise, even if you are one of the most successful competitors, your trophy cabinet will always feel somehow incomplete without the longest running and most coveted contest prize in professional surfing, The Bell. (…) Being the guy who gets to climb the cliffs in a contest jersey and ring harder than the hunchback at Notre Dame is never easy. The wave itself is extremely challenging and often difficult to read. (…) The eventual Bell ringer also needs to be highly versatile. Historically the contest is one of the most mobile on tour and can be shifted to a number of dramatically different locations on the whim of swell. (…) Bells might be an early event but it can also be the location where you break the back oh the World Title run”.
(in The Dream Tour, the official magazine of the ASP World Tour in Australia)
Conclusão: I had the full Australian surfing experience!!
Ficámos a dormir em Tourquay, em casa do Wade, designer da Quiksilver. A probabilidade de muitos amigos meus já terem vestido fatos de banho e t-shirts com desenhos feitos por ele é grande. Artista por natureza. É importante dizer que chegámos aqui com a ajuda da Danielle, australiana, amiga duma amiga da Inês (na fotografia). Uma casa muito cosy, de madeira, perto dum campo de golf, com cangurus no jardim. Um alpendre enorme, com barbeque (óbvio, em casa de australiano…), uma rede, e 10 bicicletas de down hill, todas artilhadas. Eu só pensava que me tinha acabado de sair a sorte grande! Mas ainda estava tanto por vir…
Fomos ver a final de mulheres a Bells, esse marco da história dos campeonatos de surf. Ganhou a Silvana Lima, brasileira. Primeiro brasileiro a ganhar em Bells. Os brasileiros cantaram o hino enquanto ela abanava o sino, o troféu característico da competição nesta praia. Foi arrepiante.
Voltámos para casa com o objectivo de fazer um churrasco para jantar, beber umas imperiais, mas nunca pensámos que a própria Silvana seria quem nos serviria um belo repasto. Amigo de amigo e tal e coisa, e ela acabou por ir jantar a casa do Wade, com a Jaqueline Silva (surfista do circuito mundial há mais de 10 anos) e uma amiga delas, a Tatiana. Tivemos direito a provar carne de canguru e tudo, é doce, mas nada como uma boa picanha. Foi um óptimo momento, uma óptima conversa, muito divertido.
Não há melhor sensação do que aquela em que somos surpreendidos pela humildade, simpatia e simplicidade. Foi muito bom conhecer e conversar com estas miúdas que viajam pelo Mundo a competir, foi compensador perceber o tipo de vida que levam, muitas vezes difícil porque estão longe de quem gostam, mas a maioria das vezes bom, porque no fundo fazem aquilo que mais gostam: surf.
O próximo campeonato onde elas estarão a competir será na Praia do Guincho no próximo mês, quem puder ir, não perca. E em Outubro vão estar em Peniche.





Foi a nossa primeira viagem desde que chegámos a Melbourne, fez há uns dias 2 meses. A viagem de avião só demora uma hora, e a diferença horária é ridícula: 30 minutos mais tarde.
Fomos com o propósito de apoiar a nossa selecção de Rugby de Sevens, uma posição ingrata diga-se, não só pelo facto de eu e a Inês sermos as únicas portuguesas num evento com milhares de visitantes a abanar a bandeira portuguesa, como também pelo grupo em que tivemos a infelicidade de calhar. Aguardavam-nos jogos com as equipas de Samoa, Inglaterra e Austrália. Pior era ainda para os nossos jogadores, só de olhar para o tamanho dos piquenos fiquei com pena deles.
Aproveito aliás a oportunidade de mandar um abraço de parabéns a todos, nem que seja só pela coragem que demonstraram. E obrigada Mirra, pelos bilhetes e pelos “presentes” vindos de Portugal!
Sobre Adelaide... Tem uma forte influência aborígene, os membros do povo Kaurna eram os proprietários tradicionais das terras que hoje constituem a cidade. É uma cidade pequena, organizada e desenvolvida. Tem praia a 20 minutos do centro e um porto com um farol que atrai muitos turistas, muito sinceramente, não se sabe bem porquê… é igual a qualquer outro.
O estádio onde se passava o torneio era perto do Rio, numa zona arejada da cidade onde se podem ver prédios antigos e imponentes e que fazem lembrar algumas cidades europeias. Havia uma variedade enorme de nacionalidades, de notar a claque do Quénia, em que a maioria é refugiados, e das Ilhas Fiji, imparáveis no apoio, com uma coordenação invejável de voz e coreografia.
Fiquem com as fotografias… Sobre Adelaide só posso dizer bem da organização e espírito do torneio, da comida e dos pequenos-almoços maravilhosos que tomei num café perto do Hostal.




Aboriginal Apoligy

Há dez anos, o Bringing Them Home Human Rights Report recomendou ao Governo Australiano um pedido de desculpas pela política praticada contra os povos aborígenes, na qual as crianças eram levadas para longe das suas famílias para receberem uma educação religiosa, com o objectivo, entre outros, da diminuição da reprodução dos aborígenes.
Os aborígenes não eram considerados civis aos olhos do Governo Australiano, não tinham qualquer tipo de direitos, desde que o ingleses chegaram e afirmaram que a terra não estava populada e só existiam animais. As tribos indígenas viveram na Austrália pelos menos durante 5 mil anos, divididas em 600 nações, cada uma com sua linguagem e sistema de leis próprios, auto-suficientes e sem necessidade de lutarem umas entre as outras. Muitos aborígenes viram a sua terra ser invadida pelos ingleses em 1788 e tentaram lutar para as defender. O poder dos ingleses era claramente superior, nem que fosse pelo facto de que as únicas “armas” que estavam ao alcance dos nativos eram as que usavam para caçar. Durante milhares de anos, estes povos foram capazes de se sustentar com o ecossistema local, mantendo-o equilibrado.
Durante aproximadamente 200 anos, a ideia que se tinha na Europa sobre os aborígenes era que estes seriam parasitas vindos da natureza. A relação entre as várias tribos e os ingleses que chegaram a Austrália para aqui se instalarem tomou várias formas: resistência e conflito físico, curiosidade sobre os hábitos europeus e até adopção de alguns conceitos e hábitos europeus. Não há dúvidas actualmente que a reacção mais comum à presença europeia foi a violência física e esta realidade durou de 1788 a 1930, não há muito tempo…
Assim que perceberam que os ingleses vieram para ficar, os povos indígenas lutaram pela sua terra, pelas suas produções agrícolas, pelas suas famílias, mas as armas inglesas eram superiores, e aqueles que não morreram nesta luta, morreram com as doenças trazidas da Europa. Aqueles que conseguiram sobreviver foram obrigados a abandonar as suas tradicionais tribos e a viver noutras terras mais secas, com pouco interesse para os ingleses. Uma vez perdido contacto com a sua terra, muitos encontraram bastante difícil manter o contacto com a cultura tradicional, que sempre os caracterizou.
Foi um episódio triste na história deste país, que de história tem pouco, quando comparado com o nosso velho Portugal. Mas Kevin Rudd assumiu o seu lugar como Primeiro-ministro e dia 13 Fevereiro falou ao país e ao mundo num pedido de desculpas oficial que teve como destinatários directos todos os povos aborígenes, conhecidos como a “indigenous stolen generation”.
Este discurso foi considerado o primeiro passo, em nome de todo o Governo australiano, na construção duma ponte baseada no respeito e com o principal objectivo de estreitar o buraco que ainda existe entre a população indígena e não indígena, relativamente à saúde, à mortalidade infantil e à esperança média de vida. Os aborígenes que sobreviveram até hoje sofrem de vários problemas, como o alcoolismo, mas ainda há muitos que conseguem viver do turismo e da arte tadicional.
A palavra “SORRY” tem um grande significado para os destinatários do discurso de Rudd, e ele utilizou-a variadíssimas vezes. Todos os australianos devem sentir-se orgulhosos deste acto de reconhecimento de erros que aconteceram no passado.
Hoje a bandeira australiana e a bandeira aborígene voam lado a lado, à mesma altura…

quinta-feira, 9 de abril de 2009

About Melbourne...

Como sabem, estou a viver em Melbourne. É a capital do Estado de Victoria, é uma cidade mais pequena e calma do que Sidney, altamente desenvolvida e organizada, com um número de oportunidades de emprego superior ao de Sidney e não tem os prolemas de uma cidade grande. Vive muito em função dos milhares de estudantes que vêm de todo o Mundo. Melbourne tem uma variedade enorme de Universidades com boa reputação em diferentes áreas.
Melbourne foi fundada em 1835, durante o reinado do Rei William IV.
O seu nascimento aconteceu devido a um grupo de pastores vindos da Tasmania, onde as terras começavam já a escassear. Estes pastores criaram a Port Philip Association com o objectivo de explorarem a agricultura e pecuária nessas terras. Em 1835 John batman chegou no seu navio, explorou os campos e comprou milhares de héctares a oito chefes aborígenes. A 8 de Junho de 1835, Batman e o grupo que o acompanhava navegaram ao longo do Yarra River (que atravessa Melbourne)e gravou no seu diário: "about six miles up, found the river all good water and very deep. This will be the place for a village”. Batman deixou 5 aborígenes e 3 homens brancos para desenvolverem a cidade.
Desde 1835 que Melbourne foi uma província do Estado de New South Wales, tendo sido, aliás, o Governo deste Estado que tratou de todo o processo que envolveu a fundação desta cidade. Mas à medida que Melbourne se desenvolvia, os seus habitantes pediam casa vez mais autonomia.
No dia 12 de Agosto de 1842, Melbourne foi entitulada de cidade.




Hoje em dia a cidade estende-se por largos quilómetros, tem dezenas de "suburbs", é uma cidade cultural e socialmente rica, todos os dias existems espectaculos, concertos, teatros ou eventos desportivos, para todos os gostos e feitios.
As pessoas trabalham das 9h as 5h, a partir das 6h as lojas fecham, os combóios e trams ficam menos frequentes, as esplanadas começam a encher e vêm-se milhões de bicicletas, para muitos o meio de transporte diário, com homens de fato ou mulheres com cadeirinhas de bébé pelas ciclovias espalhadas por todas as ruas da cidade. No centro há esplanadas abertas com música ao vivo, as ruas estão repletas de pessoas, muitas vezes há mini concertos em jardins ou junto do rio.
Aqui tudo se passa, até pedidos de casamento feitos por avião...



O nosso suburb chama-se St Kilda. Fica a 20 minutos do centro, perto da praia e da animação. Temos tudo o que precisamos a 5minutos de casa, é um bairro muito simpático, muitos jardins, não há prédios, e tem gente muito estranha, mas nunca agressiva.




Num dos passeios matinais de fim de semana, parámos num dos cafés de bairro, pedimos o habitué skinny latte e demos de cara com isto:



É bom saber que existe alguém deste lado do mundo que sabe onde é Portugal... Triste é perceber que não são assim tantos os que realmente sabem...

Time to work!

Viver na Austrália não são só coisas boas... A maioria das coisas são boas sim, mas cá também se trabalha quando se quer viajar e fazer uma vidinha social minimamente aceitável. Beber uma imperial ao fim da tarde numa esplanada custa o mesmo do que uma salada ao almoço. A entrada numa disco night custa o triplo da salada...
E por estas razões, eu e a Inês tivémos de aceitar um trabalho altamente administratico e burocrático no Consulado Português em Melbourne.

O nosso trabalho, muito resumidamente, até 21 de Maio, será fazer requerimentos para B.I.´s, passaportes electrónicos (sim, vou mesmo mexer naquela maquineta xpto, tirar fotografias para as quais as pessoas não se podem rir, e ensinar a fazer impressões digitaiss...), certidões, procurações, e outros documentos que os 15 mil emigras tugas que vivem no Estado de Victoria se lembrem de precisar.
É o nosso primeiro trabalho de muitos, bom para começar, vamos com certeza aprender qualquer coisinha!
O Cônsul ficou tão agradecido que até nos emprestou um frigorífico e uma TV eheheh!
A senhora que lá trabalha há 15 anos foi de férias para Portugal e deixou-nos entregue à bicharada, às vezes a coisa até complica e não temos mãos a medir. A Inês que o diga, eu até agora até tive sorte...